Nome da Coleção: Coleção Ornitológica do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas
Curadoria: Marcelo Ferreira de Vasconcelos
Apresentação:
A coleção é composta por peles (aves taxidermizadas) e esqueletos de aves do Brasil, abrigando material oriundo de 20 unidades federativas, das quais o estado de Minas Gerais é o mais bem representado, com quase 70% do total de exemplares. Os espécimes são provenientes de vários biomas brasileiros, com destaque para a Mata Atlântica (com mais de 40% do total), a Amazônia (25%) e o Cerrado (25%).
Histórico da Coleção:
A Coleção Ornitológica teve sua origem nos primeiros anos da década de 1980. Os exemplares mais antigos datam de 1982 e consistem principalmente em esqueletos de aves. Destaca-se a predominância de representantes da família Tinamidae, como inhambus, codornas e perdizes.
Na década de 1990, foram realizadas importantes expedições à região central do estado de Minas Gerais, quando se iniciou a formação de uma coleção de peles.
Nos anos 2000, a coleção cresceu devido às atividades relacionadas ao licenciamento ambiental. Importante material oriundo de estudos de impacto ambiental, monitoramento e resgate de fauna, como os estudos da Usina Hidrelétrica de Irapé, foi incorporado à coleção. Além disso, ex-alunos que estagiaram na coleção e ingressaram no mercado de consultoria ambiental contribuíram para o acervo, realizando importantes coletas em diversos municípios de Minas Gerais.
Na década de 2010, a coleção expandiu-se geograficamente, com atividades de consultoria ambiental em vários estados do Brasil. Destacam-se as coletas realizadas durante monitoramento da avifauna da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, e estudos em regiões pouco conhecidas de matas secas, caatingas e chapadas do Norte de Minas Gerais. Parcerias com aeroportos, rodovias e reservas naturais também contribuíram para o enriquecimento da coleção. Essa foi a década mais importante com relação ao acréscimo numérico de exemplares, contribuindo com cerca de 75% de todo o acervo (quase 5.000 exemplares).
A década de 2020 começou com desafios devido à pandemia de COVID-19, que levou ao fechamento temporário da coleção. No entanto, após o retorno das atividades, houve um aumento importante no número de exemplares, com destaque para a preparação de asas abertas, uma coleção útil para diversos estudos. Técnicas de preparação foram aprimoradas, incluindo a preservação de esqueletos completos e conteúdos estomacais dos exemplares.
Assim, ao longo das décadas, a Coleção Ornitológica cresceu não apenas em termos de quantidade de exemplares, mas também em representatividade geográfica e técnicas de preservação, tornando-se uma importante fonte de pesquisa e conservação da avifauna brasileira.
Detalhes Específicos da Coleção:
A Coleção Ornitológica abriga 6.782 espécimes, representantes de 835 espécies de aves, o que corresponde a 42,3% da avifauna brasileira.
Várias espécies endêmicas são representadas no acervo com destaque para aquelas restritas aos topos de serras e chapadas do leste do Brasil, a exemplo do asa-de-sabre-do-espinhaço (Campylopterus diamantinensis), do beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), da garrincha-chorona (Asthenes moreirae), do papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliaris) e do rabo-mole-da-serra (Embernagra longicauda). Além destas, destacam-se diversas espécies endêmicas e típicas da Mata Atlântica (exemplos: Phaethornis idaliae, Triclaria malachitacea, Psilorhamphus guttatus, Eleoscytalopus indigoticus, Drymophila ochropyga, Formicivora serrana, Mackenziaena leachii, Phibalura flavirostris, Ilicura militaris, Hemitriccus diops e Arremon semitorquatus), da Amazônia (exemplos: Clytoctantes atrogularis, Oneillornis salvini, Myrmochanes hemileucus, Liosceles thoracicus, Mazaria propínqua, Campylorhamphus gyldenstolpei, Cephalopterus ornatus e Lepidothrix nattereri), da Caatinga (Anopetia gounellei, Formicivora iheringi, Megaxenops parnaguae, Synallaxis hellmayri e Arremon franciscanus) e do Cerrado (Scytalopus novacapitalis, Syndactyla dimidiata, Antilophia galeata, Knipolegus franciscanus, Saltatricula atricollis, Porphyrospiza caerulescens e Charitospiza eucosma), dentre muitas outras.
A coleção abriga um parátipo de uma espécie descrita em 2017, o asa-de-sabre-da-mata-seca (Campylopterus calcirupicola).
Todo o acervo é mantido em via seca, em armários de metal ou madeira. Dentro de cada gaveta, os espécimes são armazenados em caixas de madeira com tampa de vidro (tipo entomológica) ou de papelão, nas quais são inseridos cânfora e cravo, substâncias empregadas periodicamente para evitar o ataque de insetos e fungos aos exemplares.
Condições de Acesso: Pesquisa científica, treinamento de estudantes de Ciências Biológicas da PUC Minas.
Informações para a Consulta Científica: Através de contato por e-mail com o curador da coleção.
Curadoria: Marcelo Ferreira de Vasconcelos
Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); mestre e doutor em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre pela mesma instituição. Estuda história natural, biogeografia, variação geográfica e taxonomia das aves dos topos de montanha do Sudeste do Brasil (campos rupestres e campos de altitude) e de outras regiões (Mata Atlântica montana, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Bosques Chiquitanos e Sudoeste Amazônico). Tem vasta experiência em preparação e curadoria de coleções biológicas e interesse especial em estudos históricos sobre a História Natural brasileira.
Alguns artigos publicados pela equipe, colaboradores e ex-alunos da Coleção:
Avenida Dom José Gaspar, 290. Coração Eucarístico.
CEP: 30535901 | Belo Horizonte/MG
Tel.: (31) 3319 – 4152
E-mail: museu@pucminas.br